O que é aquilo? Um Ovni? Não. É um MX3 tunado!

(Relembre: matéria publicada em janeiro‎ de ‎2002)

O designer curitibano, Luiz Renato Berehulka, pirou (no bom sentido!) ao tunar seu Mazda MX3. Foi por esse motivo que seu carro ganhou o carinhoso apelido “Ovni” dos seus colegas de fórum do site Oktaneclub.com. Berehulka foi o primeiro curitibano a participar do fórum, quando este só existia em São Paulo. E foi nessa época que enviou uma foto de seu carro com o neon azul aceso para o fórum e seus colegas lançaram o apelido.

Berehulka foi o primeiro e único, até onde se sabe no momento, a ter um Mazda tunado em Curitiba. Se duvidar, foi o primeiro MX3 tunado do País. Ele diz que tudo começou quando ainda era criança e seu sonho era ter esse modelo da Mazda. “Vi em uma revista e desde então eu sonhava com um.” Sonho realizado, a vontade de tunar partiu do primeiro filme Velozes e Furiosos, há três anos. Pelo fato de ter sido um dos pioneiros em Curitiba, encontrou dificuldades em achar peças e acessórios. Um exemplo foi a asa e a saia lateral, que ele mesmo desenhou. “Vi um modelo de asa da marca japonesa Veilside. Só que a importação era muito cara. Então desenhei a peça e mandei fazer em fibra.”

Na parte externa, o para-choque dianteiro foi modificado, tendo as entradas de ar alargadas. E tanto o dianteiro quanto o traseiro receberam aplicações em tela de alumínio. O que mais torna o carro chamativo é o conjunto asa (sobreposta à original), adesivagem e neon, que torna o veículo inconfundível. O capô recebeu pintura preta, presilhas e uma aplicação que cobre uma parte das lanternas, dando um aspecto furioso ao carango. As rodas são da Pro Race 17” com pneus perfil 40 da Toyo, tampinhas cromadas da Momo e molas Fênix. O motor só recebeu um chip de potência. Mas o dono avisa: “Agora só falta mexer no motor”, onde está programada a montagem de um turbo.

Porém andar com um carango tão chamativo diariamente no caminho para o trabalho começou a acarretar alguns inconvenientes. Então a família Ovni aumentou com um Pegeout 106, que Berehulka faz questão de chamar de Ovni Jr. E claro, o pequeno 106 também não resistiu muito tempo à vontade do dono de não tunar o carro de trabalho. Ganhou rodas da Citröen, alguns relógios, asa e as antigas saias do Ovni pai.

Quando perguntado se ele considerava Curitiba a capital do tuning, o dono do MX3 foi enfático ao dizer que sim e explica. Se for analisada a qualtidade de carros circulando, São Paulo tem mais tunados que Curitiba. Porém aqui na capital paranaense se encontram carros seguindo o modelo europeu, o que significa carros bem mais chamativos, equipados e com a qualidade sempre preservada. Outro aspecto que determina essa característica da cidade é que em São Paulo, os “show cars”, ou seja, veículos extremamente tunados, normalmente pertencem às lojas ou fabricantes de peças. Já em Curitiba esse perfil é diferente, pois o número de carros tunados de particulares é bem superior. E por isso a cidade é denominada a capital do tuning. “Participamos da festa da Full Power, em São Caetano – SP, e os 10 carros de Curitiba que foram para lá deram um show a parte no evento.”

• Giselle Ulbrich
• Fotos: Dante L. Alberti